segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

A ILUSÃO E SEDUÇÃO DO PODER

*Padre João Medeiros Filho 



Estão previstas para o segundo semestre de 2018 eleições em nível federal e estadual. Serão escolhidos deputados, senadores, governadores e presidente da república. Para muitos, época de corrida em busca do poder. A bem-aventurada Irmã Dulce dizia que “ninguém administra digna e eficazmente, se não cultivar a virtude da humildade”. Eis uma das raras definições de Cristo a seu respeito: “Aprendei de mim que sou manso e humilde” (Mt 11, 29). A humildade torna-nos mais humanos, mostrando nossas limitações e fragilidades, que dificultam ou impossibilitam mudanças de atitude. É preciso que ela exista, tanto no cidadão comum quanto nos que exercem cargos elevados. “Sem ela, não haverá líderes autênticos”, declarou recentemente o papa Francisco, em audiência a um chefe de estado. É o primeiro passo para a sabedoria, que permite encontrar saídas para as crises e expressar sensibilidade para definir o que realmente é certo e prioritário. 

DE ORADORES E ASTRÔNOMOS



Valério Mesquita*


01) Natal nunca perdeu a tradição de possuir uma plêiade de oradores circunstanciais. São as famosas patativas da palavra facultada. Assim foi o advogado José Guará, o comerciante e desportista José Prudêncio (o Pruda do ABC). Lembro-me do ex-comandante da Polícia Militar coronel Marcondes. Certa vez, ia pronunciar um discurso lido num evento social da PM. Mas o coronel Neves resolveu pregar-lhe uma peça, substituindo, sem que ele percebesse, a peça oratória. Na hora de falar, Marcondes discursou com a maior naturalidade e somente tomou conhecimento do ocorrido, quando tudo havia terminado. Em orador que se preza, a emoção suplanta a razão. De outra feita, mesmo sem estar escalado para falar, aproveitou a palavra facultada e tirou do bolso um enorme discurso e detonou: “Tomado de surpresa, nesta hora, levo a minha palavra a todos vocês etc., etc”. O bom orador sempre tem no bolso um discurso certo para as horas incertas.