quarta-feira, 25 de maio de 2016

OS 150 ANOS DA BATALHA DE TUIUTI.


HOMENAGEM DA CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL PELOS 150 ANOS DA BATALHA DE TUIUTI. DIPLOMA RECEBIDO POR TER CONTRIBUÍDO COM DEPOIMENTO SOBRE O EVENTO.







A Batalha de Tuiuti foi um evento militar ocorrido durante a Guerra do Paraguai que teve o enfrentamento das tropas do General Solono Lopes com a chamada Tríplice Aliança, resultado da união dos exércitos do Brasil, Uruguai e Argentina. A guerra do Paraguai durou exatamente seis anos de 1864 a 1870, e termina com a morte de ditador General Solono López.
A guerra foi provocada pelo General Solono López que queria conquistar terras ao longo da Bacia do Prata. Teve inicio com o aprisionamento de um navio brasileiro o paquete “Marques de Olinda” em 11 de novembro de 1864 pelos paraguaios que navegava nas águas do Rio Paraguai transportando que na ocasião transportava o presidente da província de Mato Grasso Frederico Carneiro de Campos.
A Batalha de Tuiuti, recebeu esse nome por ter sido travada nos pântanos que circundavam o Lago Tuiuti em território paraguaio. Durou apenas seis horas e foi reputada como a mais sangrenta batalha já travada na América do Sul. Teve inicio às 11 horas do dia 24 de maio de 1864 e termina por volta das 17 horas. Envolveu um efetivo de 50.000 homens de ambos os lados e provocou em torno de 13.000 baixas entre mortos e feridos.    
O inglês George Tompson, que lutou como oficial no exército paraguaio, em seu testemunho disse que o General Solono Lopes confiava numa esmagadora vitória de seus exércitos. Com isso iria empurrar os inimigos em direção ao Rio Paraná, o que definiria sua vitória, muito embora seus oficiais não confiassem nessa possibilidade, principalmente por ser o inimigo muito mais numeroso.
A batalha teve início por volta das 11 horas da manhã tendo durado até as 17 horas. A princípio os exércitos aliados passaram por enormes dificuldades principalmente pela surpresa do ataque seguindo-se a desorganização das companhias, principalmente pela ausência do General argentino Bartolomeu Mitre, então comandante em chefe das tropas aliadas.
Com a continuidade da batalha surge entre as tropas brasileiras a figura do General Osório que tomou as rédeas da situação e conduziu as tropas sob seu comando. O Paraguai atacou inicialmente o exército uruguaio com 5000 soldados e os exércitos brasileiro e argentino com mais duas alas com cerca de 9000 homens cada ala. As tropas paraguaias eram comandadas pelos coronéis Maracó, Rojas, Dias e Barrios.

Uma divisão dos paraguaios composta com 5.000 homens atacaram as tropas uruguaias comandadas pelo General Venâncio Flores então presidente do país. Após dizimarem três batalhões uruguaios, partiram para atacar o exército argentino que já se encontrava sob o comando do General Bartolomeu Mitre.
Quando chegou a vez de se confrontar com o exército brasileiro comandado pelo tenente coronel Emílio Luís Mallet, comandante do  1° Regimento de Artilharia a Cavalo, a poderosa cavalaria paraguaia chegou a ficar a apenas 50 metros das tropas brasileiras. Porém, não conseguiram avançar em virtude de um fosso que o coronel Mallet mandara cavar, única maneira de barrar a temida cavalaria cabocla.
Não conseguindo avançar em virtude do fosso aberto, foi então rechaçada pelo pesado fogo da artilharia brasileira, que resultou um enorme número de baixas na cavalaria cabocla.
Quando a cavalaria paraguaia se aproximava do exército brasileiro um dos saldados disse apavorado a um alferes: “Saiba, vossa senhoria, senhor alferes, que o mato está se avermelhando de caboclos", é que o uniforme dos soldados era vermelho.
A batalha termina com a vitória dos aliados. Estima-se que o Paraguai perdeu nessa batalha mais de 6.000 homens entre soldados e oficiais. Entre feridos e aprisionados contava-se mais de 1.000 indivíduos. Unidades como o 40° Batalhão de Infantaria Uruguaio foi totalmente dizimado.
Os aliados também tiveram suas perdas, em torno de 4.000 homens. O exército brasileiro perdeu cerca de 725 combatentes e 2.300 ficaram feridos.
O presidente Solono Lopes refugia-se e entrincheirado nas  Fortalezas de Curupaiti e de Humaitá e morre em 1870, pondo fim a guerra do Paraguai.
Por mais de quarenta anos após a Guerra do Paraguai a batalha de Tuiuti ficou sendo a principal comemoração militar brasileira, com destaque para o general Manoel Luiz Osório como principal herói, e comandante das nossas tropas.  Por seus feitos, foi condecorado pelo Regente D. Pedro II com Marquês de Herval. Embora tenha culminado com a vitória dos aliados, essa batalha ficou também conhecida como a mais sangrenta batalha travada na América do Sul.

Três norte-rio-grandenses participaram da batalha do Tuiuti. CLAUDINO CÂNDIDO DE VASCONCELLOS MONTEIRO; FIRMINO JOSÉ DÓRIA, embora não tendo nascido no Rio Grande do Norte, aqui residiu por mais de 10 anos, tendo inclusive sido deputado provincial no biênio 1860/1861 e atuou como cirurgião do serviço de saúde do Exército o cearamirinense FELIPE BEZERRA CAVALCANTI.
Ormuz Simonetti
          Presidente do IHGRN

 

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