domingo, 6 de novembro de 2011

ACTA DIURNA

Muito bem, Ormuz! Parabéns. Você mais um tento em prol da divulgação da nossa cultura! Continuo defendendo que a produção intelectual de funcionário público estadual em órgão público do Estado do RN (A República, jornal extinto) não cabe direitos autorais.

Abs.

Luiz Gonzaga Cortez.

ACTA DIURNA

Parabéns, Parabéns e Parabéns! Ormuz, V. acertou em cheio! "Não é possível crer-se" em tamanha leveza de estilo, nesta e nessas Actas Diurnas, do Câmara Cascudo. Elas são, verdadeiramente, patrimônio inusitado desta Cidade do Natal!

Aguardo "cartas", aguardo Actas!

Tenha um bom domingo! (Junto dos seus, aqueles que lhe são muito queridos)

Abraços,

ENYLDO EGITO

ACTA DIURNA

Caro Ormuz.

Só você pra resgatar esssas memórias adormecidas pelo tempo.
Esse galo faz parte das minhas lembranças de infancia
e eu sempre olhava pra ele, imaginando mil histórias
que poderiam cercar a sua própria história.

Um abraço do amigo
Zezé

ACTA DIURNA

Nobre Ormuz,
Tenho recebido os seus e-mail's a propósito do que você escreve pelo que agradeço penhoradamente a gentileza.
Quanto ao seu livro sobre Pipa, eu diria que se trata de um sucesso anunciado.
Mando-lhe, nesta oportunidade, o último conto por mim produzido, desta feita, montado exclusivamente no Estado do RN.
Um abraço de seu amigo e admirador.
Djaci Ferreira de Souza.

ACTA DIURNA

Ormuz vc.está fazendo um serviço de utilidade pública de alta envergadura
intelectual e cultural. Revivendo a história e LCC. Que o galo do presépio do
Menino Deus cante em seu louvor Ormuz - anunciando forças para vc. continuar
com a vocação para a pesquisa.
Parabéns
Velho Maux

ACTA DIURNA - A RESSUSCITADA DO CUNHAÚ


FOTO GOOGLE - IMÁGEM PARA ILUSTRAÇÃO

Antônio de Albuquerque Maranhão Cavalcanti, senhor de "Tamatanduba" e da "Ilha Maranhão", no Município de Canguaretama no Rio Grande do Norte filho de André d'Al-buquerque Maranhão, Capitão-Mór de Ordenanças de Vila Flor e Arês, e de d. Antônia Josefa, irmã de André d'Albuquerque Maranhão senhor de Cunhaú e Chefe da revolução republicana de 1817, casou com sua prima, d. Joana, filha do tenente-coronel José Inácio d'Albuquerque Maranhão e de d. Luzia Antônia, irmã de sua mãe.

Era Comendador da Ordem de Cristo, e tenente-coronel da Guarda Nacional, no tempo em que os oficiais andavam fardados, de grande gala,nas missas serenas e dominicais. O famoso Brigadeiro Dendé Arcoverde era seu cunhado. O Comendador hospedou dom João da Purificação Marques Perdigão, Bispo de Olinda. Homem rico, imponente, faustoso, mantinha a herança senho¬rial de bem receber e melhor tratar. No biênio de 1858-59 fora deputado provincial no Rio Grande do Norte e suplente de Deputado Geral na décima legislatura, 1857/60. O Deputado Geral era o dr. Amara Carneiro Bezerra Cavalcanti, casado com uma irmã de sua mulher.

Teve quatro filhos. Três mulheres e um homem. Foram: - Antônio, bacharel em 1854, deputado norte-rio-grandense na Assembléia Provincial de 1856-57, falecido, creio, antes do Pai; Luzia Antonia, casada com João Nepomuceno d'Albuquerque Maranhão; Emília, casada com Afonso Leopoldo d' Albuquerque Maranhão e Maria Umbelina, que se casou com o capitão Anacleto José de Matos.

FOTO GOOGLE - BARRA DO CUNHAÚ

O Comendador fez seu testamento a 5 de março de 1862. Morreu a 5 de setembro de 1865, na freguesia de Goia¬ninha. Foi sepultado de casaca, com solenidade, indo a "mú¬sica" de São José de Mipibu para as cerimônias religiosas da Missa de Sétimo Dia.
Esse Comendador, altivo e nobre, cioso do sangue secular, passaria à História oral da região, na lenda da "RESSUSCITADA DE CUNHAÚ".
Sua filha, dona Maria Umbelina casou com Anacleto José de Matos, abastado, dispondo de eleitores, autoridade policial, amigo da "gens" Maranhão. O casamento foi festivo. Anacleto temido pela sua energia, ficava, desta forma, vinculado a uma das famílias mais ilustres do norte brasileiro.

Um ano depois do casamento, 1858, dona Maria Um¬belina morria. Complicações de parto, embora o filho sobre¬vivesse, sadio, O falecimento enlutou toda a redondeza. Veio gente dos municípios vizinhos. Voltou a "música" de S. José de Mipibu para executar trechos fúnebres e comovedores. Frei Serafim de Catania, pregando então em Vila Flor, dirigiu o serviço religioso, acompanhado de imenso povo, contrito.
Sepultaram Dona Maria Umbelina na Capela de Cunhaú junto à porta que dá para a sacristia. A família ficou inconsolável. A defunta pouco saíra da mocidade mais prometedora de encantos.

As Missas, do Sétimo e Trigésimo Dias, foram concorridíssimas. Pregou Frei Serafim de Catania, o Capuchinho prestigioso pela dedicação sem par. Os anos rolaram sem rasto naquela doce solidão tran¬quila ...
Em 1862, na capital da Província da Paraíba numa "pensão" suspeita, adoeceu de febre palúdica uma mulher, dessas de vida alegre, que é a mais triste das vidas. Chamara um médico. O homem compareceu mergulhou na escura camarinha onde a mulher tiritava de frio incontido, examinou-a, voltando à sala para receitar. Perto, interessada pela saúde da companheira, a "dona" esperava os conselhos médicos.
Finalmente, o doutor assinou o receituário, enxugou-o, e disse numa entonação grave:

- Se eu não tivesse assistido, em Cunhaú, no Rio Gran¬de do Norte, ao enterro da filha do Comendador Antônio de Albuquerque Maranhão Cavalcanti, diria que se tratava da mesma pessôa ...
Do quarto, a voz entrecortada pelo acesso da febre, a doente informou, numa serena convicção inabalável:

- E não se enganaria, Doutor. Eu sou Dona Maria Umbelina, casada com o capitão Anacleto José de Matos, e filha do Comendador Antônio d' Albuquerque Maranhão Cavalcanti...

(02.02.1941)

Continua na próxima semana.